Trabalho de parto

Há histórias boas, há histórias más, há histórias de arrepiar… É claro que o passar do tempo ajuda a florear a memória e quem conta um conto acrescenta um ponto e se há coisa que uma mãe gosta sempre de contar (seja boa ou má a memória) é o seu trabalho de parto.

Até ser mãe pela primeira vez, sempre gostei de ouvir contar histórias e ficava sempre com aquela pulga de… elá… isto será como pintam?

Photo by Jonathan Borba on Unsplash

Depois de ser mãe, comecei a dar um outro tipo de atenção a estas histórias e comecei a dar conta de um denominador comum nas piores histórias: a falta de preparação! Ora, não se chama TRABALHO de parto por coincidência. Mãe e filho têm de colaborar no trabalho mais delicado, sensível e abrupto das suas vidas.

E agora digam-me: qual é a probabilidade de um trabalho correr bem se a pessoa não estiver preparada para tal? O bebé vem pré-programado e mesmo assim nem sempre corre bem… e se a mãe não ajudar? E se a mãe achou que a preparação para o parto eram apenas umas aulinhas sem grande interesse? E se na altura em que o bebé precisa relaxar a mãe faz força e o comprime? E se quando o bebé precisa de sangue bem oxigenado a mãe está ocupada a gritar? E se quando o bebé precisa daquela ajuda extra a sair a mãe está a gastar a sua energia a agarrar-se (a algo: marquesa, mão do pai, etc…) com toda a força que tem em vez de a canalizar para os músculos pélvicos?

Só vos posso dizer o seguinte: Para a primeira preparei-me… sem grande preocupação e até com algum descuido (faltei algumas aulas para reuniões de trabalho, pensei que ia ter mais tempo para recuperar…). Para a segunda: 1 mês antes do recomendado já eu era a primeira da fila, na hora da aula!

E para quem acha que no segundo filho já sabemos ao que vamos, eu ainda nunca ouvi duas histórias de partos exactamente iguais. Vocês já?

Preparação NUNCA é demais!

Mala da Maternidade

Todas as Maternidades têm a famosa lista de “o que levar para a Maternidade”. E, se é verdade que devemos consultar sempre a lista específica da maternidade onde temos intenção que nasça(m) o(s) nosso(s) filho(s), também é verdade que muitas destas listas precisam ser devidamente filtradas. Coisas como saber se a maternidade fornece ou precisamos levar toalhas de banho, lençóis de bebé, roupa/bata para o bloco de partos, são importantes para evitar levar itens desnecessários.

No entanto produtos como “bicos de silicone”, “chupetas”, “faixas”, que são desnecessários não deveriam sequer vir nas famosas listas. No entanto há alguns conselhos que, não sendo de todo essenciais, costumo dar nas minhas formações sobre o tema e que partilho, hoje, aqui convosco. 😊

Photo by Alex Holyoake on Unsplash

Há um produto de cosmética que deveria fazer parte de todas as listas de malas para a Maternidade mas que é muitas vezes esquecido… o “anti-olheiras”  . Na Maternidade a ex-grávida/recém-mamã passa as primeiras de muitas noites em claro. Seja por um trabalho de parto que ocorre e/ou se prolonga pelo noite dentro, seja pelo choro interminável alternado e/ou simultâneo de todos os bebés (incluindo o(s) nosso(s)), seja pelo cocktail de hormonas libertadas que nos deixam em alerta máximo para qualquer suspiro cujo volume seja mais elevado do que o som de uma pena a cair, seja, pura e simplesmente, porque ficamos em contemplação de todos os pormenores da nossa mais recente obra-prima de arte. E, na Maternidade, todos os dias são dias de foto “para mais tarde recordar”, não queremos recordar também as olheiras e os registos das noites difíceis.

E falando em momentos fotográficos, nunca é demais lembrar que carregadores de bateria, baterias extra, cartões de memória e os vários acessórios necessários ao devido registo da época, nunca devem ficar esquecidos. 

Kits de recolha de sangue e/ou cordão umbilical, caso tenham tomado essa decisão, não pode ficar esquecido. É daquelas coisas que só há um momento único para ser usado e não há volta a dar em caso de esquecimento.

Comida, bebida. A verdade é que “comida de hospital” é “comida de hospital”… é normalmente insípida e tem horários fixos (não há buffet 24h/7). No entanto, ainda não arranjámos forma de agendar horas (pequeninas) de nascimento. Logo, até podemos estar várias horas em trabalho de parto e sem comer, o que não significa que vamos ter as refeições todas que saltámos à nossa espera quando chegarmos ao internamento (pós-parto). Portanto, fala a voz da experiência, pelo sim pelo não, levem uns petiscos na mala, umas bolachas/barras de cereais, uns sumos/leites e uma garrafa de água.

Revistas e/ou livros de temas não associados à maternidade porque se é verdade que muitas grávidas já “devoraram” toda a literatura temática existente durante a gravidez, também é verdade que aqueles primeiros dias pode dar-se um assoberbamento do impacto de passar a ser mãe e responsável por um novo Ser que colocamos no mundo. Logo, ter algo a que possamos recorrer que nos permita lembrar que somos nós, iguais (mas diferentes) ao que éramos antes de ser mães. Algo que nos permita fazer uma pausa do mundo intensivo da maternidade é algo que considero importante.