Atualmente vivemos numa sociedade cada vez mais envelhecida. Primeiramente pelo aumento da esperança média de vida, fruto da melhoria dos cuidados em saúde e condições de vida, mas também fruto da diminuição da natalidade e consequente falta de renovação geracional. A diminuição da população local, bem como o envelhecimento da mesma, é notável de ano para ano.
A Aurora foca-se precisamente na questão da natalidade.

Sabemos, com base no “Relatório sobre a evolução da população mundial de 2018″, do UNFPA, que, por exemplo, em Portugal, em média as mulheres e os casais querem ter cerca de 2,3 filhos e na realidade têm 1,2. Quando questionados(as) sobre os seus desejos de parentalidade, nós (a equipa Aurora) descobrimos que a mudança de vontade (alteração dos desejos de parentalidade) ocorre após o nascimento do primeiro filho e que se prende com o facto dos casais sentirem que não têm suporte/apoio que considerem adequado (disponível sempre que necessário, de fácil acesso,…) o que os condiciona na tomada de decisão de voltar a ser pais e, em última instância, impacta na diminuição da taxa de natalidade o que tem paralelo em todos os países mais desenvolvidos.
Na mesma investigação, foi questionado quais os principais problemas e dificuldades e em que áreas eram sentidas (na sua experiência de parentalidade recente), sendo que, destacadas surgiam o sono e a amamentação. Especificamente, 43% dos inquiridos consideraram que a adaptação à fase pós nascimento do bebé foi difícil ou muito difícil; 41% experienciaram dificuldades relacionadas com as questões do sono; 36% experienciam dificuldades relacionadas com a amamentação.
É fácil perceber que as famílias são desafiadas em relação à sua qualidade de vida quando decidem ter filhos. Conseguem imaginar o que será passar anos sem conseguir dormir convenientemente?
Para novos pais, esta é provavelmente uma das alturas mais desafiantes das suas vidas. Para eles, será a primeira vez que terão de dar um banho, alimentar ou adormecer um bebé sozinhos. O conhecimento coletivo que dantes era passado de mãe para mãe está hoje fora do alcance, seja pela distância à família alargada seja pelo atual ritmo de vida. E a confiança e conhecimento que vinha pela experiência de já ter lidado antes com irmãos mais novos, primos e sobrinhos ainda antes de nascer o nosso próprio filho, perdeu-se.

Esta questão está também relacionada com diminuições de produtividades e dificuldades no equilíbrio família /trabalho.
As famílias estão a viver a parentalidade com vários sentimentos negativos como a ansiedade para resolver situações comuns, o medo acerca das dificuldades futuras e a insegurança de não saber o que é normal e expectável.
75% dos pais com filhos com idades até aos 6 anos têm queixas relativas ao sono dos filhos.
Uma só hora de sono em falta já afeta a produtividade, a concentração e aumenta substancialmente os erros por omissão ou lapso.
Muitos pais passam vários anos sem conseguir ter uma noite de sono completa. Isto é, ficam sujeitos a privação de sono decorrente directamente desta nova rotina “imposta” pela rotina do novo bebé. De acordo com um questionário realizado em Inglaterra, estima-se que, no primeiro ano de vida do bebé, os pais durmam menos o correspondente a 44 dias.